sexta-feira, 19 de agosto de 2016

‘’Ele vai sentir frio... Para onde vai’’.



Lembro-me, que assim que me formei, fui fazer estágio supervisionado em Terapia Ocupacional, em um hospital de referência ao tratamento de câncer e, nesse hospital, permaneci por cerca de sete meses, até conseguir um emprego de carteira assinada.

Trabalhava na área de Pediatria.  Atendia as crianças do setor de Oncologia que faziam quimioterapia. Apesar de ser um estágio supervisionado, evoluía nos prontuários, como terapeuta ocupacional, uma vez que eu já era formada, naquela época.

Quando um dia, uma das mães tendo que ir até a padaria, solicitou que eu ficasse com o filho dela de quatro anos de idade, prontamente aceitei. E ela foi!

Só que a criança passou mal. E, mesmo com todas as manobras de reanimação, ela faleceu. Fiquei tensa. Era minha primeira experiência com a morte de um paciente e, o pior, tendo que amparar a mãe após o recebimento da notícia.

Nesse dia, a psicóloga havia faltado o plantão. Então me preparei.  Apesar da tristeza, naquela hora eu era a profissional e teria que agir com a razão e não com a emoção. Teria que amparar e não se amparada.

Pois bem, ela chegou. E após receber a notícia ficou em ‘’choque’’. Levei-a até a enfermaria, pois  ela teria que pegar uma roupa para colocar na criança.

De repente, ela pegou ‘’um par de meias’’ e disse: ’’Ele vai sentir frio para onde vai.  Coloquem isso no meu filho’’. Eu e a enfermeira lagrimamos, mas fizemos o que ela havia pedido.

A notícia da morte é sempre ‘’dolorosa’’ para quem a recebe, mas, para uma mãe, ela é ‘’devastadora’’. Mesmo assim, a mãe nunca se esquece de proteger o seu filho, nem quando ele já morreu... Mãe é mãe!!



Confesso: Até para uma terapeuta ocupacional é muito difícil lidar com o luto pela morte de uma pessoa querida. Ontem, Deus levou para perto Dele um amigo. Um ‘’pai Apaeano’’. Nosso amigo de longas datas. Fui forte, mas fui vencida pela ‘’dor da perda’’.

Minhas lágrimas chegaram como ‘’cachoeira’’ na madrugada. Procurei conforto na oração. Foi difícil!Busquei uma ‘’palavra amiga’’. Não consegui ser confortada. Resignar... Foi a palavra que veio em meus pensamentos. Fui tentar dormir. Pedi para Deus conforto... Algo aconteceu!!!

Fui envolvida por uma forte energia. O choro deu lugar a sensação. Qual?Senti uma energia ‘’quente e intensa’’ nas mãos. A energia percorria todo o meu corpo. O que aconteceu? Penso que, Deus colocou suas mãos entre as minhas... Dormi!

Vai ser uma manhã de despedidas, mas estou plena, pois, sei que Deus chamou o ‘’seu filho’’ de volta! Deus não leva quem amamos... Ele chama de volta!Cada um no tempo Dele. A saudade vai ficar assim como, muitas lembranças boas.

Suas palavras de luta pelo Movimento Apaeano estão ‘’vivas’’! Será ‘’nossa bandeira’’! Eu e a ''mana abençoada'' estamos ''sem chão'', mas ele deixou o seu legado...Vamos continuar em missão de amor!

Que ele tenha um ‘’novo despertar’’!

Bjs,
Alda